quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Entenda mais como a dieta pode ser aliada na prevenção de cálculos renais.


O cálculo renal, ou pedra nos rins é uma massa dura formada por cristais, como os sais de cálcio, o ácido úrico e o oxalato, que se separam da urina e se unem para formar pedras. Pode provocar um quadro agudo de dor tipa cólica, mais freqüente nos homens do que nas mulheres e provoca sofrimento inesquecível para ambos. Sob condições normais, a urina contém substâncias que previnem a formação dos cristais. Entretanto, esses inibidores podem se tornar ineficientes causando a formação dos cálculos.

Cálcio na dieta:
Ao contrário do que se pensava até recentemente, a restrição alimentar de cálcio não é aconselhável, na grande maioria dos casos de cálculos urinários. Pelo contrário, uma baixa ingestão do mineral pode favorecer a formação deles. Isso ocorre porque quando a ingestão de cálcio é normal ou aumentada, ele se fixa ao oxalato no intestino, formando o oxalato de cálcio, que é eliminado pelas fezes. Ao ingerir menos cálcio, por outro lado, o oxalato dos alimentos fica livre na luz intestinal, indo daí ao sangue e do sangue à urina, onde finalmente forma o oxalato de cálcio urinário.

A importância do sal:
O sal de cozinha é formado por cloreto e por sódio. A excreção urinária de sódio está associada à excreção de cálcio urinário e vários trabalhos científicos mostram uma relação direta entre o consumo de sal e a formação de pedras nos rins. Logo, faz parte da orientação nutricional desses pacientes o controle na ingestão de sal, evitando o seu excesso.

O papel inverso do potássio:
O potássio é um agente contrário à formação de cálculos urinários, principalmente porque ele reduz a excreção urinária de cálcio. Vale lembrar que os alimentos mais ricos em potássio são as frutas e hortaliças, cuja ingestão pode facilitar a prevenção da calculose. É importante, entretanto, que se evite aquelas também ricas em oxalato como figo, ameixa, damasco, castanha, tâmara, uva passa, caqui, amora, tangerina e uva.

Vitamina C:
Altas doses de vitamina C podem interferir no metabolismo do oxalato e aumentar a sua excreção. Esse detalhe é particularmente importante nos dias atuais, diante da tendência muito questionada do uso de mega doses de vitamina C.

Proteínas:
Vários estudos têm revelado uma tendência aumentada na formação de cálculos renais em pessoas com alta ingestão de proteína animal. A proteína propicia a formação de cálculos por vários mecanismos, mas o mais importante deles parece ser o aumento na excreção de cálcio urinário. Além dele, as proteínas também causam aumento na excreção renal de ácido úrico e redução da excreção de citrato, ambos os efeitos estreitamente relacionados à formação de cálculos. De uma maneira geral, os pacientes com cálculos renais devem ingerir uma menor quantidade de proteínas (carne de vaca, vísceras, aves, leite).

Carboidratos
Tem sido demonstrado que o consumo de dieta rica em carboidratos eleva a excreção urinária de cálcio e de oxalato. Logo, no que se refere ao balanceamento da dieta, o conteúdo de carboidratos deve ser mantido com as recomendações de 50-60% do valor calórico total, normalmente indicado para a população em geral.

Fibras Alimentares
Existe uma relação direta entre a menor ingestão de fibras e a baixa excreção do citrato, um importante inibidor da formação de cálculos urinários. Além disso, parece que os fitatos das fibras se ligariam ao cálcio no intestino, formando compostos insolúveis que seriam eliminados nas fezes. As fibras favorecem um trânsito intestinal mais rápido, reduzindo assim a disponibilidade do cálcio a ser absorvido pelo organismo.

Gorduras
A ingestão de gorduras está associada diretamente à formação de cálculos urinários, provavelmente porque os indivíduos que ingerem grande quantidade de gorduras são, em geral, grandes consumidores de proteínas. Além disso, eles consomem pequenas quantidades de fibras. Entretanto, parece haver uma relação direta entre a absorção do oxalato e de cálcio e a ingestão de gorduras.

Líquidos
Deve ser estimulada a ingestão de líquidos – 250ml a cada 4 horas – durante o dia, objetivando um volume urinário de 24 horas de 2.000 a 2500ml. Apesar dessa recomendação geral, esses pacientes devem ser orientados a evitar as bebidas com cola, uma vez que elas podem aumentar a formação de cálculos, provavelmente pelo seu alto teor em oxalato.
As bebidas ricas em cafeína e cerveja parecem ter um efeito protetor na formação de pedras urinárias, uma vez que aumentam o volume urinário, além de formarem urina mais diluída. O consumo de cerveja deve ser reduzido nos indivíduos portadores de elevação de ácido úrico.

A princípio, as restrições alimentares dependem da gravidade do quadro e do nível de recorrências. Com a interação da equipe multidisciplinar e a atuação do nutricionista, essas dietas tornam-se possíveis de serem seguidas, balanceadas, versáteis e respeitam as preferências e a vida de cada indivíduo.

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